A história se constrói ao caminhar

agosto 4, 2021
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O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.

Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.

Cora Coralina

A Organização Mundial da Saúde, desde o início da Pandemia, tem chamado a atenção para outro fenômeno que ocorre em paralelo, que é a Infodemia , definida como a “…denominação dada ao volume excessivo de informações, muitas delas imprecisas ou falsas (desinformação), sobre determinado assunto (como a pandemia, por exemplo), que se multiplicam e se propagam de forma rápida e incontrolável, o que dificulta o acesso a orientações e fontes confiáveis, causando confusão, desorientação e inúmeros prejuízos à vida das pessoas.” [Radical info- (deduzido de informação) + –demia (do grego dêmos ‘povo’ + o sufixo -ia, formador de substantivos da terminologia médica), pelo inglês infodemic.].

O Movimento Slow Medicine Brasil, desde a eclosão da Pandemia no mundo, em finais de fevereiro de 2020, tomou uma decisão coletiva, através de seus colaboradores, de ser uma fonte ética, idônea e equilibrada de informações no que tange ao assunto. Os textos de nosso site são escritos por médicos e profissionais de saúde, brasileiros em sua grande maioria, cujo trabalho é essencialmente a prática da Medicina e demais ações de saúde, dentro de uma perspectiva interprofissional, nutrindo-se e enriquecendo-se de outros saberes, como o Direito, a Filosofia e a Bioética. O site organiza-se em Categorias, que procuram apontar ao leitor o tipo de assunto abordado, procurando assim facilitar o encontro dos textos (Reflexões, Resenhas, Opinião do Especialista, Livros, Filmes, Casos Clínicos, Fundamentos,…). Outra maneira de chegar aos textos é através das TAGs, que especificam assuntos e autores.

Uma de nossas categorias chama-se Slow Medicine na Mídia. Nos primeiros anos da publicação do site, houve muito interesse da mídia nas ideias da Slow Medicine, sua filosofia e seus princípios, e com relativa frequência éramos chamados para divulgação do Movimento. Na medida em que o tempo passou, a mídia seguiu seus caminhos. Nós continuamos a palmilhar nossa trilha, longe dos holofotes. Uma questão importante é que a capilarização dos princípios da Medicina sem Pressa não obedece aos critérios correntes de se fazer alarde: muito mais do que isso, trabalha em silêncio. O mais importante, parece-nos, é mantermos nossa presença como um novo ambiente de reflexões na área da saúde, utilizando-nos particularmente das ferramentas digitais, pelo menos temporariamente – no admirável “Mundo Novo Pandêmico”. De certa maneira, espelhamo-nos no Slow Journalism, onde valorizamos os conteúdos propostos, a leitura atenta, reflexiva e crítica, bem mais que o número de acessos ou likes. A capacidade de reflexão é uma das virtudes que buscamos estimular em nossas matérias e esta não se coaduna com pressa e tampouco com necessidade de louvores. Ao contrário, trata-se de uma atividade usualmente introspectiva e por vezes solitária.

Na medida em que o tempo passava, pudemos constatar outro aspecto desta categoria que versava sobre mídia. De certa maneira, ela contava um pouco da história do Movimento Slow Medicine no Brasil. Há algum tempo não publicávamos as matérias relativas à Slow Medicine que saíram na mídia. E, com a avalanche de informações que a Pandemia provocou, várias reportagens que tiveram como objeto a Slow Medicine quase se perderam pelo caminho. No sentido de mantermos este resgate histórico, resolvemos comentar neste matéria as publicações dos últimos dois anos.

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O portal Healthmap publicou uma entrevista com o dr. José Carlos Campos Velho, em que se salientou o papel da Atenção Primária em Saúde e suas correlações e entrelaçamentos com a Medicina sem Pressa. A Rede MADU, um portal voltado às temática do envelhecimento, também publicou uma entrevista, falando um pouco das várias vertentes do Movimento Slow e como é a prática cotidiana do profissional Slow.

Hoje existem poucas publicações sobre Slow Medicine em revistas médicas indexadas. A publicação recente de um artigo na revista Geriatrics, Gerontology and Aging foi um grande passo para que a produção do conhecimento científico seja tocada pelas ideias da Slow Medicine. O artigo chama-se “Slow medicine: uma concepção filosófica para uma prática geriátrica humanizada” e é de livre acesso na internet.

A Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo – Fehoesp, publicou em seu portal, um artigo assinado pelo Dr. José Carlos Barbério , farmacêutico bioquímico, Professor Titular da USP e atual Presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde/IEPAS. A matéria debruça-se sobre Slow Medicine, Medicina Narrativa e Segurança do Paciente.

Por fim, a revista digital Medicina Integrativa publicou um artigo, assinado pelo Dr. José Carlos, em que se comenta a história do Movimento Slow Medicine no mundo e no Brasil, bem como as interrelações e olhares da Medicina sem Pressa às Práticas Integrativas.

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