“A consciência não precisa ser negra. Basta que toda consciência seja justa, digna, ética, livre de preconceito, transparente e humana.”
Viviane Andrade
O Movimento Slow Medicine e a Bioética costumam compartilhar uma variedade de visões de mundo e caminhos em comum. Recentemente nosso Slowcast, organizado de maneira brilhante por nossas colaboradoras Ana Maio e Ana Lucia Coradazzi teve como objeto as inter-relações entre a bioética e a a Medicina sem Pressa. O episódio contou com a participação de nossa colaboradora Ana Lucia Coradazzi, de nossa sempre advogada Lívia Callegari e do professor de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, doutor Reinaldo Ayer de Oliveira. Ouvir este episódio – como tem sido com todos os outros – é uma experiência extremamente enriquecedora, pois, de forma fluida, através do som, um corpo consistente de conhecimentos e sabedoria vem à tona, penetra nossos ouvidos e aos poucos se sedimenta, quase imperceptivelmente, em nossos espíritos.
Na esteira dessa mesma colaboração, o movimento Slow Medicine Brasil estará participando intensamente do XIV Congresso Brasileiro de Bioética. Estão previstas as participações do Dr. Marco Bobbio, ex-Secretário Geral da Associação Italiana de Slow Medicine e escritor de dois livros seminais da Slow Medicine, “O doente imaginado” e “Medicina Demais“. O Dr. Bobbio abordará o assunto “Slow Medicine: Ciência e Moderação“. Nesta mesma mesa, nosso colega Regis Vieira falará sobre um assunto que domina: atenção primária em saúde, medicina de família, no contexto da Pandemia pelo COVID-19. A dra. Ana Lucia Coradazzi, atual coordenadora do Movimento Slow Medicine Brasil, recentemente publicou o primeiro livro em língua portuguesa sobre Slow Medicine, chamado “De mãos dadas“. Este livro foi inspirado na obra Denis McCullough, o principal porta-voz da Slow Medicine nos EUA, cujo livro fala sobre o envelhecimento, a fragilidade, a dependência, a morte e o luto. A obra de Ana Coradazzi espelha-se do livro do Dr. McCullough, porém voltando seu olhar para os pacientes acometidos de câncer. Um termo cunhado pela própria autora nos abre uma nova perspectiva de cuidado ao paciente oncológico: uma Oncologia sem Pressa. A doutora Ana falará na mesa “Bioética e fim da vida – reflexões sobre a morte e o morrer“, ladeada pela advogada Luciana Dadalto e pela Psicóloga Nazaré Jacobucci.
Além da participação desses três colegas o congresso contará com um minicurso voltado para as questões do envelhecimento. O foco do minicurso será a controvérsia que foi gerada pela inclusão de aspectos relacionados a velhice no novo código internacional de doenças (CID XI).
O curso será ministrado por geriatras, colaboradores do Movimento Slow Medicine Brasil, que buscaram informar-se e refletir de forma equilibrada e isenta sobre a polêmica que se gerou a partir desta publicação, com grande impacto nos meios gerontológicos no mundo e particularmente no Brasil, onde foi objeto de discussões apaixonadas, com a criação da hashtag #velhicenãoédoença.
Gostaríamos de anotar também a aprovação de um poster para o Congresso elaborado pela Liga de Slow Medicine da Faculdade de Medicina de Petrópolis. São as novas gerações de estudantes construindo pontes e caminhos.
Nossa colaboradora, a advogada Lívia Callegari, além de uma das coorganizadoras do evento, que será realizado de forma totalmente online, terá participação ativa em várias mesas . Além dos temas relacionados à Slow Medicine, uma enorme gama de discussões ocorrerão ao longo do Congresso com com a presença de grandes nomes do pensamento bioético nacional e Internacional.
Você pode conferir a programação do evento no link abaixo.
Sejam todos bem vindos!!!!