A prática da Slow Medicine

março 21, 2017
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“De que são feitos os dias?

– De pequenos desejos,

vagarosas saudades,

silenciosas lembranças.”

-Cecilia Meirelles-

A Medicina sem Pressa tem sido objeto frequente da curiosidade da mídia, provavelmente pelo fato de que ela é profundamente transfixada pelo Zeitgeist – o espírito de nosso tempo. Estes tempos em que o homem atordoa-se frente à profusão de estímulos de todas as ordens, em que o momento presente dispersa-se entre mil imagens, selfies e posts que permanentemente assaltam nossas retinas – e nossos ouvidos,  abalroam nossos sentidos. A velocidade da informação nos atordoa.

O primeiro princípio da Slow Medicine é o resgate do tempo. O tempo necessário para a reflexão e a compreensão. E neste sentido é que a Slow Medicine se coloca como uma alternativa aos tempos tão acelerados que vivemos, colocando um novo paradigma frente à medicina moderna, carente de foco na pessoa, privada de humanidade. A Slow Medicine traz de volta o ser humano para o centro da atenção médica, resgata a arte do cuidado investindo na relação médico-paciente como a pedra fundamental do trabalho médico. O dr. Dario Birolini concedeu uma longa entrevista à Revista HOSP, na edição de março de 2017, onde fala da história da filosofia da Medicina sem Pressa, das iniciativas internacionais, de sua aproximação com seus princípios – que só vieram a consolidar e dar um nome àquilo que sempre foi a sua maneira de trabalhar com os pacientes – pois a Slow Medicine não é nada mais do que  o resgate daquilo que caracteriza a boa prática médica desde tempos ancestrais.

O Sistema Único de Saúde no Brasil, em consonância com a Organização Mundial de Saúdeelaborou uma política de incorporação de práticas não convencionais para que estas abordagens sejam oferecidas à população enquanto estratégias de prevenção, promoção e recuperação da saúde. O Dr. Kazusei Akiyama, nosso editor de Medicina Integrativa, participou do programa JC Debate ,  na TV Cultura de São Paulo, onde estes assuntos foram abordados. Como afirma o documento Slow Medicine, um conceito em evolução, “…os profissionais que pretendem participar da Slow Medicine devem estar dispostos a abrir a discussão a respeito das suas próprias condutas. Aqueles entre nós que se identificam na Evidence Based Medicine já o fazem, adotando a postura “Fazer mais não significa fazer melhor”. Todos os que representam as “outras medicinas” são convidados, seja através de associações ou grupos de trabalho como individualmente, a identificar as condutas de sua própria forma de atuação que consideram que possam correr riscos de ser inapropriadas, avaliando a relação de risco-benefício; tal postura deve ser adotada para mostrar que não pretendem inserir na Slow Medicine certezas ou receitas pré-confeccionadas, mas sim dúvidas e questionamentos.”

A Rádio Nacional do Rio de Janeiro veiculou uma entrevista com o Dr. José Carlos Campos Velho sobre Prática da Slow Medicine. Para ilustrá-la, elaboramos um vídeo, disponível em nosso canal no YouTube, onde são abordadas questões como a vivência da prática médica orientada pelos princípios da Slow Medicine, campanhas como a Choosing Wisely e Right Care e a um comentário sobre o trabalho médico em áreas remotas sob o olhar singular da Medicina sem Pressa.

A iniciativa da Slow Medicine também tem sido citada frequentemente na mídia digital. Em nossa página no Facebook e em nosso canal no Twitter  temos procurado  divulgar estas matérias, além de outros assuntos e iniciativas relevantes que compartilham princípios e trajetórias com a Slow Medicine.

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