Quadrinhos: por que não? Quadrinhos podem, sim, trazer à tona os princípios valiosos que a Slow Medicine acalenta e defende: aqueles que permitem a construção de pontes entre a técnica e a humanidade, a racionalidade e as pressões do mundo externo, o bom senso e a generalização do conhecimento.
O humor de que costumam ser imbuídos não serve para banalizar as situações retratadas, pelo contrário, ele captura a nossa atenção para assuntos que, em outro formato, seriam evitados (e quem quer falar de sofrimento humano, afinal?). Nosso cérebro reage de forma surpreendente diante de duas ou mais imagens justapostas, assimilando imediatamente a sequência como uma narrativa lógica e real.
É trazendo tais narrativas à nossa consciência que os quadrinhos podem contribuir para a educação médica, a prática mais sensata da medicina e o alívio do das dores de todos nós. Narrativas essas que nos faltam na prática médica: as que nos lembram dos humanos por trás das doenças, e nos fazem adotar uma postura mais sóbria, respeitosa e justa.