Por José Carlos Campos Velho:
“Não julgue cada dia pela colheita que você obtém, mas pelas sementes que você planta.”
Um agricultor, ao planejar sua colheita deve, muito antes, planejar a semeadura. Antes ainda, deve escolher um local para semear. E o trabalho não se esgota. Há que escolher as sementes, a época do ano, há que regar. O Movimento Slow Medicine Brasil vem plantando sementes, e lá se vão quase quatro anos. Neste tempo, a Medicina sem Pressa começa a se firmar enquanto conceito. Nossos frutos já estão maduros? Provavelmente não, estamos ainda em época de semear. Mas algumas sementes já estão brotando. Lá e cá se observam sementes que já romperam a primeira barreira e mostram suas tenras folhas ao sol. Victoria Sweet, em seus livros “God’s Hotel” e “Slow Medicine – The way to Healing” fala de seus estudos de história da Medicina e de Hildegard von Bingen, monja beneditina alemã que viveu no século XI, e que comparava as artes da cura com o trabalho de um jardineiro – ao invés de um mecânico que conserta problemas, o médico devia trabalhar como um jardineiro que cuida de seu jardim: oferecendo as suas plantas as melhores condições para que elas possam curar suas feridas e crescer, na expectativa que desenvolvam flores, frutos e novas sementes.
Nossa colaboradora Carla Rosane Ouriques Couto, médica de múltiplos predicados, pediatra, médica de família, educadora e cinéfila confessa, esteve no Paraná, participando do Encontro Científico da Associação Médica de Cascavel. Sua tarefa? Plantar a semente da Medicina sem Pressa naquela bela cidade do interior paranaense. Sua participação rendeu frutos: uma excelente matéria para a Revista Afeto e uma entrevista para o programa Gente que Faz.
Os podcasts estão se firmando como uma nova ferramenta para divulgação dos mais diversos conteúdos. O escritor e jornalista Tomas Chiaverini, responsável por uma matéria que teve grande impacto na mídia, publicada no portal da BBC Brasil, em janeiro de 2017: ‘Mais conversa, menos exames e remédios: o que propõe o movimento ‘Medicina sem Pressa’, vem desenvolvendo um excelente trabalho na Rádio Escafandro, uma produtora independente. Participamos, através de uma longa conversa com o jornalista, do podcast “Quando a Medicina exagera“. Neste podcast, o uso excessivo de recursos diagnósticos e consequentes decisões terapêuticas, nem sempre benéficas e não poucas vezes mesmo lesivas aos pacientes, são exploradas em suas várias facetas, bem como as campanhas de prevenção e seus aspectos midiáticos. Ouvir também é semear.
Muito bom olhar para as sementes quando se inicia um ano. A vida é potente se não atrapalharmos o seu curso. Que a Slow Medicine semeie muitos campos, devagar e sempre. Feliz ano novo!
Foi um prazer receber a dra. Carla. Na palestra, estavam professores de medicina, entre eles dr Rui Almeida, que criou as duas faculdades de medicina em Cascavel, uma estadual e outra privada, bem colocadas no Enem – 4 e 5
Muito obrigado, Sylvia! Continuamos contando com sua brilhante colaboração!
Márcio, muito obrigado!
Sua irmã Carla é uma jóia entre nossos colaboradores… E minha colega de faculdade. Graças à Slow Medicine pudemos nos reaproximar. Um abraço!